Nos dois últimos dias pela Anatolia, decidimos alugar um carro, e ver um pouco do país, com destaque para as atracções históricas da região.
A vista sobre a vila de Ildir, junto às ruínas de Erythrai
No penúltimo dia, ficámos pela região de Cesme, onde fomos visitar a famosa e lindíssima praia de Ilica, as ruínas da povoação milenar de Erythrai, primeira cidade da região datada pelo menos da época de Alexandre o Grande, e a aldeia de Alaçati, com as suas belas casas rústicas transformadas, casa sim casa sim, para vocações turísticas. Demos ainda o nosso único passeio nocturno por Cesme.
Neste penúltimo dia não resistimos a levar connosco a Joana no
passeio, pois se ela já andava com o guia pela mão!
O azul mágico das águas da praia de Ilica
O caminho pela costa, de Cesme ao sítio arqueológico de Erythrai, revelou-se muito bonito, e ainda pouco desvirtuado pelo turismo, com algumas excepções pontuais como na segunda foto abaixo.
O passeio permitiu-nos ver aquilo que procurávamos, um pouco da verdadeira Turquia nas várias e pacatas aldeias de gente pouco apressada que atravessámos.
Chegamos à localidade de Ildir, e no seu alto dirigimo-nos às ruinas da mais velha povoação da região. Ficámos espantados ao perceber que as casas da parte alta da vila eram todas revestidas de pedras antigas do sítio arqueológico! Uma infeliz (para os historiadores...) reciclagem que sempre se fez, ao longo da história...
Não chegámos facilmente às ruínas, mas dar de caras com uma cidade da era de Alexandre o Grande vazia de gentes, num belo cenário natural e ainda na sua maior parte por descobrir foi recompensa superior ao nosso esforço!
O anfiteatro, por restaurar, é ainda assim o único espaço de alguma expressão possível de visitar e afirma dimensões apenas compatíveis com uma povoação já de consideráveis dimensões para os parâmetros do mundo antigo
A única escadaria recuperada do anfiteatro
A vista do alto é magnífica
Uma bela peça (altar sacrificial?) que merecia estar num
museu, ou talvez esteja mesmo no sítio onde pertence
Detalhe em relevo do boi sagrado
A Joana ainda procurou uma estátuazinha ou uma moeda para o papá, mas nada...
Ao contemplar tantas pedras, únicos testemunhos daquela que foi em tempos uma vibrante cidade comercial do Egeu, e todo o labor de centenas de gerações resumido a quase nada, é impossível não sentir um misto de sentimentos confrangedores: desolação pela perda de tanto e tanto património histórico pelo mundo (mas isso é premissa da própria História...) e pensarmos numa era futura em que as nossas próprias cidades não sejam mais do que montes de pedra debaixo de árvores, e as nossas referências culturais mais não sejam do que ruínas...
Ainda em Erythrai, deixámos uma bela pequena amiga.
Seguimos caminho para a vila turística de Alaçati, agradável porque bem organizada e plena de pequenos comércios e restaurantes, mas uma espécie de Óbidos sem muralhas e em que a vertente turística (casa sim casa sim) desvirtuou o carácter secular que se adivinha nos edíficios por recuperar.
A bela mesquita de Alaçati, em restauro
Uma porta medieval, pequena para os papás,
mas da altura ideal para a Joana
Os moinhos são uma atracção turística maior da cidade.
Mas afinal são... moinhos.
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