Foi ainda antes da chegada do papá, mas a Joana continua a adorar a praia!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Flashes de Portugal...
Para o papá foi uma fugaz semana, passada quase exclusivamente a trabalhar na remodelação da casa da Ajuda, mas ainda assim deu para um salto até às ondas e um passeio por Óbidos. E que saudades de um tempo menos frio, após nove meses na Suíça, sete deles de inverno...
Baleal
Praia da Areia Branca
Óbidos
A nossa casinha!
A nova sala do primeiro andar
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Génova, um mundo de contrastes...
O pequeno mas precioso guia da cidade (Genova en el bolsillo), que em boa hora me veio parar às mãos, começa logo por alertar o turista através de uma frase simples, mas de desconcertante honestidade: "Génova é uma cidade de contrastes, por vezes exagerados".
Aquando da primeira viagem a Itália desde que chegámos a terras helvéticas, tinha passado ao largo de Génova, e pelos elevados e intermináveis viadutos que compõem a autostrada que ladeia toda a costa da Ligúria ficara-me a impressão de uma cidade vetusta, enorme, industrial, desorganizada, numa palavra: inóspita.
Não se pode dizer que essa fugaz constatação tenha sido vencida pela descoberta da cidade neste passado fim-de-semana, mas terá sido como que "suavizada" pelos encantos históricos, plenos de pormenores de eras de passada glória, que Génova ofereceu sob um céu de chumbo, no Sábado, mas já com boas abertas no Domingo (que proporcionaram inclusive um curto passeio pela costa a norte e mesmo algumas poucas horas de praia...).
Estátua nos jardins do Palazzio Reale
Embora arvore o "maior centro histórico da Europa", dois dias chegaram para perceber que o roteiro turístico básico não demora mais de um par de horas a percorrer.
1. Parte-se do Porto Antico, junto ao qual se situava o "hotel" - sim, com aspas - onde fiquei (que dava pelo irónico nome de Helvetia), área da cidade de onde emanou em tempos a riqueza da mais poderosa marinha do mediterrâneo, hoje entregue a "atracções" turísticas de gosto duvidoso (de bares sobre a água com jogos de luzes e "neons" agressivos a esculturas pseudo-modernas), quase nada restando da impressionante muralha defensiva do porto, ofuscada por um indiscritível viaduto rodoviário erguido como um moderno insulto a todo o património histórico da área . Aqui encontram-se referências turísticas de Génova como o Acquario da cidade (que não visitei por me parecer de pouco interesse face ao nosso maior e mais recente Oceanário), o Museu do Mar (interessante, alicerçado sob o século de ouro de Génova, curiosamente o mesmo que o português - cada um à sua dimensão respectiva, entenda-se - a era de seiscentos) ou ainda a bela embora fantasiosa réplica de um galeão do século XVIII, construída para o filme "Pirates" de Polanski (também ele, como se sabe, a disfrutar actualmente da Helvetia, mas não o hotel, o país...). Face ao Museu do Mar, enquadrado já na própria malha urbana, é de visita obrigatória o Palazzio Reale, palácio-museu ao estilo do "nosso" Palácio da Ajuda (embora de menores dimensões).
O lado bonito do porto de Génova, a marina
Ao fundo o imponente farol da cidade
Uma cidade "mesclada". No porto, a tradição piscatória em primeiro
plano e a veia turística com o edifício do Museu do Mar ao fundo
Aspectos do Museu
A peça-chave do Museu do Mar, a galera genovesa de
40 metros de comprimento
Aspectos do famoso Galeão, "íman" dos turistas de Génova
O edifício do "Acquario" e a "bola" da Biosfera
Praça principal da marina de Génova
O Palazzio Reale
A curiosa porta medieval "Porta de Vacca"
Junto ao porto, a área mais antiga de Génova, com as suas arcadas medievais
2. Do porto, subindo pela Via San Lorenzo (passando por umas arcadas "manhosas", antro de prostituição caída a noite...), chega-se à magnífica e interessantemente diferente catedral da cidade (Catedral de San Lorenzo) e, pouco acima, à Piazza Matteoti onde se encontram o majestoso Palácio dos Duques de Génova, o Palazzo Ducale, e a igreja de fachada barroca "del Gesú".
A catedral de San Lorenzo "by night"
Um leão bem deprimido...
Aspectos diversos da Catedral de Génova
O interior da Catedral
O belo Palazzio Ducale
O torreão medieval integrado no Palácio Ducal
Magnífico brasão do Palazzio
Praça do Palácio Ducal, com a "Chiesa Del Gesú" em primeiro plano
Pormenor de uma das portas maciças do Palácio Ducal
Uma curiosa exposição no interior da antiga residência
dos Duques de Génova
3. Deixando a Piazza Matteoti por umas das estreitas e escuras vielas pela direita chegámos ao Bairro Alto da cidade, local de bares, restaurantes e muita barafunda. Destaca-se aqui a piazza dei Erbe (literalmente "praça das ervas", embora a "fauna humana" dê a entender que o que se vende por ali hoje em dia não devam ser as especiarias seiscentistas...).
4. Completando a piazza Matteoti e virando à esquerda, alcança-se a famosa Piazza de Ferrari, emblemático centro da cidade e local de reunião predilecto de gente jovem e menos jovem, mas sempre animada (a exemplo da barulhente concentração de tiffosi da Sampdoria que invadiu a praça no Domingo à tarde...).
5. Seguindo adiante, passamos pelo Teatro da cidade, frente ao qual se ergue majestosa a estátua do Rei Carlos, bem perto encontramos a estreita Piazza San Matteo, e cerca de cem metros adiante alcançamos a mais badalada das preciosidades hsitóricas da cidade, os "rolli". Não, não se trata de comida. Concentrados numa mesma rua (Via Garibaldi, antiga Strada Nuova) sumptuosos palácios dos séculos XVI e XVII, esplêndidas mansões da nobreza postas à disposição da República para acolher reis e altos dignitários, assim constituindo-se como primeiros "hotéis de luxo" do mundo. São realmente o tesouro artístico de Génova e património da Humanidade UNESCO desde 2006. Os Palácios Turzi, Rosso e Bianco são hoje museus que encerram colecções de arte de época. Do terraço do Palazzio Rosso, a vista sobre Génova é reveladora (das atracões da cidade, como da sua confusa e pouco harmoniosa mescla de antigo e novo, habitacional e industrial).
O Teatro de Génova, e a estátua ao Rei Carlos
Entrada para a antiga Strada Nuova, hoje Via Garibaldi
A Via Garibaldi está preenchida de belos
edifícios de lado e doutro...
... Mas nas ruas contíguas a realidade é bem menos gloriosa
O elegante edifício da Câmara Municipal
Várias perspectivas sobre o belo Palazzio Rosso
Jardim e fachada do Palazzio Bianco
Tela de Rubens no museu do Palazzio Bianco
Um museu descontraído, à imagem dos seus seguranças!
Imagem religiosa no páteo do Palazzio Rosso
Génova em toda a sua confusa diversidade
vista do cimo do Palazzio Rosso
Os palácios da Strada Nuova vistos de cima
Uma amiga genovesa!
O torreão do Palazzio Ducale
Génova e as suas torres
6. Para além deste roteiro principal, por entre ruelas escuras e sujas Génova revela outras pequenas preciosidades, como a Piazza Matteo, com o Palácio dos Doria e a singela Igreja de San Matteo, a Piazza da Nunziatta junto ao hotel Helvetia com a Igreja da Nunziatta despida por fora mas sublime no seu interior, ou ainda inúmeros palácios, muitos deles abrigando hoje serviços públicos da cidade e da região da Ligúria. Associados a esse património arquitectónico, toda uma arte decorativa (portas monumentais, estátuas, pinturas e frescos murais) que testemunha uma era passada de riqueza e glória.
Exterior sóbrio e interior deslumbrante da
"Chiesa della Nunziata"
Estátua junto à igreja da Nunzziata
Na pequena Plaza Matteo, a singela igreja e o belíssimo
edifício frontal
Pórtico do Palácio dos Doria, ainda em San Matteo
Porta monumental do palácio do Governo da Ligúria
Praça de..., dominada pela estátua equestre
do Rei Vítor Emanuel II
Até mesmo no Metro, Génova demonstra a sua "veia artística".
Uma autêntica galeria de preciosidades entre Picassos, Gauguins
e outros
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